Lembra quando conversamos sobre Inteligência Artificial e como a série Black Mirror já abordava esse tema de maneira assustadoramente realista? Pois é, amigos do blog, a Netflix acaba de lançar a segunda temporada dessa série que nos faz refletir sobre os caminhos que a tecnologia está tomando em nossas vidas. Se você ainda não leu nossa primeira análise sobre a série, vale a pena conferir aqui o primeiro post da Serie Black Mirror 1ª temporada antes de continuar!
O que esperar da segunda temporada?
Com 88% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, a 2ª temporada de Black Mirror continua nos presenteando com histórias perturbadoras que misturam tecnologia e os aspectos mais sombrios da natureza humana. A temporada conta com quatro episódios: “Volto já” (Be Right Back), “Urso Branco” (White Bear), “Momento Waldo” e um especial de Natal que fecha com chave de ouro esse ciclo de episódios.
Desta vez, Charlie Brooker (criador da série) mergulha ainda mais fundo nas possibilidades distópicas de tecnologias que já estão entre nós ou batendo à nossa porta. Vamos analisar o que funciona e o que não funciona tão bem nesta nova leva de episódios.
Episódio “Volto já” (Be Right Back): Quando a IA tenta substituir o amor
O primeiro episódio da temporada me tocou de uma maneira especial. Ele traz a história de Martha, uma mulher que perde seu namorado em um acidente e, para lidar com o luto, contrata um serviço de inteligência artificial que recria digitalmente o falecido a partir de suas postagens em redes sociais
Pontos Fortes
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A atuação impecável de Hayley Atwell e Domhnall Gleeson
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A forma natural e orgânica como o episódio aborda a dificuldade de aceitar a morte de alguém amado
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A evolução da tecnologia: de mensagens de texto para ligações até um androide fisicamente idêntico ao falecido
Pontos Fracos
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O final parece forçar um anticlímax, quando poderia terminar de forma mais sutil
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Alguns momentos previsíveis na narrativa
Lembram quando falei sobre o Watson da IBM no nosso post anterior? Aquele sistema que ajudou Alex da Kid a compor a música “Not Easy”1? Pois bem, “Volto já” nos mostra o próximo passo dessa evolução: IA’s que analisam nossos comportamentos online para nos replicar. Quantas vezes você já não postou algo nas redes sociais que revelava um pouco da sua personalidade? Imagine tudo isso sendo usado para criar uma versão digital de você no futuro.
“Urso Branco”: Um espelho da nossa sociedade voyeurista
Considerado um dos episódios com maiores reviravoltas da série, “Urso Branco” nos apresenta Victoria, uma mulher que acorda sem memória alguma e se vê perseguida por pessoas que apenas a filmam com seus celulares, sem oferecer ajuda
Pontos Fortes
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A reviravolta impressionante que muda completamente nossa percepção da história
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A crítica à espetacularização do sofrimento alheio
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A tensão constante que mantém o espectador grudado na tela
Pontos Fracos
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Para alguns críticos, a ideia é um pouco “reciclada” e não tão complexa quanto parece
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O ritmo pode parecer um pouco arrastado no início
Neste episódio, Black Mirror nos coloca frente a frente com nossa tendência de transformar tudo em espetáculo. Quantas vezes você já não viu alguém filmando um acidente em vez de ajudar? Ou compartilhando conteúdos de humilhação alheia? A série nos mostra o extremo dessa cultura que já vivemos hoje.
“Momento Waldo” e “Natal”: Política e isolamento tecnológico
Os dois episódios finais da temporada abordam temas como manipulação da mídia em processos políticos e o isolamento causado pela tecnologia. O especial de Natal, em particular, é considerado um dos melhores episódios de toda a série, com três histórias interconectadas sobre o descontrole tecnológico.
Pontos Fortes
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“Natal” oferece uma narrativa complexa que entrelaça várias histórias de forma brilhante
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A crítica política em “Momento Waldo” é assustadoramente atual
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Ambos os episódios levantam questões éticas profundas sobre o uso da tecnologia
Pontos Fracos
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“Momento Waldo” pode parecer um pouco simplista em suas críticas
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Algumas histórias do especial de Natal poderiam ser episódios completos por si só
Quando a ficção científica vira realidade
O mais assustador em Black Mirror não é o que ela mostra, mas como aquilo que parecia absurdo quando a série foi lançada já está começando a se tornar realidade. Assim como mencionei no post anterior sobre o Watson da IBM, que provou que programas de computador podem nos ajudar a ser mais criativos1, os temas da segunda temporada também estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano.
A ideia de criar réplicas digitais de pessoas com base em suas atividades online já não é tão distante. Empresas como a Microsoft e a OpenAI já trabalham em sistemas que podem “aprender” comportamentos e características de personalidade a partir de dados disponíveis online.
O fenômeno de pessoas filmando tragédias em vez de ajudar já é uma triste realidade em nosso mundo hiperconectado. Assim como a manipulação política através de redes sociais, que vemos cada vez mais presente em eleições ao redor do mundo.
O espelho está cada vez mais nítido
A segunda temporada de Black Mirror segue o padrão de excelência da primeira, mas aprofunda ainda mais as questões levantadas inicialmente. Se na primeira temporada tínhamos um vislumbre do potencial sombrio da tecnologia, na segunda, esse potencial começa a ganhar contornos mais definidos e, infelizmente, mais próximos da nossa realidade.
Como disse no meu post anterior, “percebam como tudo o que publicamos nas redes sociais têm um papel muito importante no fornecimento de informações para estes softwares conseguirem captar nossos sentimentos e expectativas, e evoluir cada vez mais”. A segunda temporada de Black Mirror apenas reforça essa percepção.
E você, já assistiu à segunda temporada? Qual episódio mais te impactou? Consegue ver paralelos entre as histórias contadas e o mundo em que vivemos hoje? Compartilhe sua opinião nos comentários!
Se você ainda não assistiu Black Mirror, recomendamos fortemente. Como já disse antes, a série aborda temas fascinantes sobre tecnologia e sociedade que vão te fazer refletir por dias!
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